Lavoura de soja com folhas infestadas de ferrugem-asiática, coletor repleto de esporos. O cenário é o pesadelo de todo produtor porque, dependendo da severidade, a doença pode causar perdas produtivas de até 80% na cultura.
No entanto, ainda que esteja longe de ser controlada – as pesquisas estão caminhando para isso – a safra 2022/23 registrou 48,5% menos ocorrências da praga do que a temporada 2021/22, de acordo com o Consórcio Antiferrugem.
Ao todo, foram 295 ocorrências contra 573 do ciclo anterior. Os maiores registros de ocorrências aconteceram no Paraná, com 83 casos. Contudo, para conter o fungo causador da ferrugem, uma das principais medidas é o vazio sanitário, período de pelo menos 90 dias em que se proíbe a existência de plantas vivas de soja.
O primeiro estado a realizar a medida é, justamente, o Paraná, que iniciou a medida no último sábado (10).
Segundo a pesquisadora da Embrapa Soja, Claudine Seixas, além do vazio sanitário, o produtor também deve apostar em cultivares com genes de resistência à doença.
“Nessas plantas com resistência, a ferrugem ocorre com menos gravidade. Outra estratégia é semear cedo, assim que termina o vazio sanitário, no início da época recomendada, utilizando cultivares precoces, além de utilizar os fungicidas para controle da doença”.
A pesquisadora salienta que o aumento ou a redução do número de casos é influenciada diretamente pelo clima, assim como ocorre com outras doenças agrícolas.
“Para proliferar a ferrugem precisa de temperatura em boa faixa e de umidade. Em anos de La Niña, com chuva abaixo da média e períodos de estiagem, há menos casos da ferrugem como aconteceu nesta safra que terminou agora em comparação com a anterior”.
Assim, segundo a pesquisadora, as condições que são adversas para a soja também acabam dificultando a disseminação da doença.
Fonte: Canal Rural